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Relatório "A Realidade das Pessoas com Síndrome de Down no Brasil A Luta Interseccional por Direitos e Visibilidade"



Resumo


Este relatório apresenta uma análise aprofundada da realidade das pessoas com Síndrome de Down (SD) no Brasil, destacando a intersecção crítica entre raça, deficiência e status socioeconômico. Embora os avanços médicos tenham aumentado significativamente a expectativa de vida para a população com SD, essa melhoria não se distribui equitativamente. A análise revela que indivíduos negros com SD enfrentam uma "disparidade letal", com expectativa de vida drasticamente reduzida devido à falta de acesso a serviços de saúde e terapias essenciais, exacerbada pelo racismo estrutural e pela invisibilidade.


O conceito de "Racismo Inclusivo", cunhado por Thiago Ribeiro, idealizador do Projeto de Fotografia Documental InvisibiliDOWN e fundador do Instituto InvisibiliDOWN, é central para compreender como a exclusão racial pode operar mesmo dentro de espaços e movimentos dedicados à inclusão. Este relatório detalha as diversas manifestações de racismo (estrutural, institucional, ambiental, cultural e religioso) e capacitismo, demonstrando como se interligam para criar vulnerabilidades únicas para a população negra brasileira, especialmente aquelas com deficiência intelectual.


Através de dados sobre desigualdades na saúde, economia e acesso a benefícios sociais como o BPC e o Bolsa Família, o documento expõe como a invisibilidade estatística e a fragilidade na implementação de leis progressistas perpetuam ciclos de vulnerabilidade. Paralelos com a realidade de outros países, como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e África do Sul, revelam um padrão global de iniquidade interseccional.


O relatório conclui que a luta pela plena cidadania das pessoas com SD no Brasil exige uma transição de um modelo de proteção assistencial para um de empoderamento e equidade. As recomendações estratégicas propostas visam fortalecer a justiça de dados, integrar políticas de saúde, reformar benefícios sociais e fomentar uma educação médica e uma atuação da sociedade civil que sejam explicitamente antirracistas e estruturalmente competentes.

O documento traça um panorama completo da realidade das pessoas com síndrome de Down (SD) no Brasil, revelando um profundo contraste: o país possui leis de inclusão avançadas, mas sua aplicação falha perpetua a exclusão. A análise denuncia a invisibilidade que começa na subnotificação de nascimentos e demonstra como a trajetória de vida de uma pessoa com SD é moldada não apenas pela sua condição genética, mas pela intersecção de marcadores sociais como raça, classe, gênero e geografia.


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